Rio tem 82% dos focos da dengue dentro de casas
Especialistas ressaltam que o combate ao mosquito Aedes aegypti precisa ser constante, mesmo em bairros com menor incidência da doença, como os da Zona Sul
POR GISLANDIA GOVERNO
Rio - Análise da Secretaria Municipal de Saúde — que segunda-feira declarou que a cidade vive epidemia de dengue — indica que 82% dos focos do mosquito transmissor do vírus estão dentro das residências. Por isso, o carioca não pode se descuidar, nem os que vivem em regiões com menos incidência da doença. Levantamento feito por O DIA mostra que, de uma área para outra da cidade, há grande diferença na taxa de infectados a cada grupo de 100 mil habitantes.
Se na região de Bangu, Realengo e adjacências este número chega a 846, na Zona Sul está em 98,5. Para que seja caracterizado surto, o índice tem de passar dos 300. A média em todo o município do Rio é de 376,5 pessoas doentes a cada grupo de 100 mil. Em três das dez Áreas de Planejamento em que a administração municipal divide a cidade, este índice é muito superior a 300, o que ‘puxou’ a média para cima, fazendo a prefeitura decretar epidemia. Na Zona Sul, o índice encontra-se bem abaixo e, nas outras seis áreas, está entre 100 e 200, configurando média incidência da doença.
“A doença está ligada ao crescimento urbano desordenado. Regiões mais afetadas, na Zona Oeste e no subúrbio, têm mais casas com lajes e caixas d’água expostas, além de calhas e acúmulo de lixo e terrenos baldios. São fatores que influenciam na proliferação do mosquito”, analisa o infectologista da UFRJ Edmilson Migowski. Mas apesar de a incidência na área ser menor, ele destaca que a população não deve se descuidar. “De forma alguma podemos relaxar. O mosquito não obedece barreira, não conhece zona geográfica ou cerca. Todos têm que fazer sua parte”, explica Migowski.
Segundo o subsecretário de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Daniel Soranz, apenas 20% dos focos do mosquito estão no comércio, indústria ou ruas. “Não pode haver descuido, nem na prevenção em casa, nem com os sintomas. Se houver febre, deve-se começar a beber água e procurar polo de atendimento”. O prefeito Eduardo Paes afirmou ontem que o Rio já estava preparado para enfrentar a epidemia. “Hoje, o atendimento nos polos é satisfatório, mas se houver necessidade, pode ser ampliado”, declarou.
Desde 1º de janeiro, o município já registrou 12 mortes e 50.016 casos da doença.
PREVENÇÃO
LIXO E BANHEIRO
Ponha o lixo em sacos plásticos e mantenha as lixeiras bem fechados. Não jogue detritos em terrenos baldios. Vasos sanitários devem ficar tampados. Dê descarga em banheiros sem uso.
CAIXAS D’ÁGUA
Devem ser bem vedadas. Se utiliza tanques, tonéis ou barris para armazenar água, mantenha-os tampados.
VASOS DE PLANTAS
Retire-os para evitar acúmulo de água ou encha de areia até a borda.
CONDOMÍNIOS
Mantenha ralos externos. Analise canaletas para drenagem da água da chuva e fossos do elevador para evitar acúmulo de água.
TELHADO E LAJES
Não deixe água de chuva na laje. Retire folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr
Fonte: Jornal O Dia - Acesso em 26/04/2012
http://odia.ig.com.br/portal/rio/rio-tem-82-dos-focos-da-dengue-dentro-de-casas-1.434462